SÃO MIGUEL/RN - O aumento da incidência de casos de dengue está preocupando as autoridades do município. Dos 320 casos notificados até o momento, 38% estão confirmados, sendo que deste total, 10 apresentaram sintomas mais fortes, podendo vir a ser o tipo hemorrágico, pior estágio da doença que pode levar à morte.
Segundo o coordenador de endemias do município, Wellington Luis Souza (Wellington da Sucan) no ano passado havia muita gente infectada com o tipo 1 da doença, que para ele pode ser considerado normal para o período, porém esse ano foi encontrado casos mais evoluídos, que ainda não se sabe se é o tipo 3 ou algo mais avançado, que poderia ser considerado tipo 4.
De acordo com Wellington, o primeiro caso mais grave foi registrado no município vizinho de Coronel João Pessoa. “Com a realização de festas e eventos de final de ano, São Miguel recebeu muitas pessoas, se uma ou mais veio carregando o vírus mais evoluído pode ter sido responsável pela proliferação devido ao alto índice de infestação do mosquito Aedes aegypti”, esclarece Wellington.
A secretária Municipal de Saúde, Maria Cristina Holanda, disse que os 10 casos suspeitos de dengue hemorrágica foram encaminhados para hospitais maiores do Estado. Ela explica que é preciso esperar 90 dias até que se faça todo o estudo clínico necessário para se ter certeza da doença, porém é bem provável que todos os 10 sejam confirmados.
Cristina disse ainda ter pedido isolamento dos casos, pois desconfia, pelo estado dos pacientes, se tratar de um novo sorotipo. “Pedimos providências urgentes porque tememos se tratar de um tipo mais avançado da doença, talvez o tipo 4, que tem um índice de letalidade muito mais avançado do que no tipo 3”, alerta Cristina.
O serviço de endemias do município informou que em dezembro o índice de infestação predial foi de 8,06%, considerado alto. Wellington disse ainda que no ano passado foram notificados 160 casos da doença, sendo 53% confirmado. “Esse ano, apesar do número de notificações ter dobrado, o índice de confirmação ainda está bem abaixo do de 2007”, acrescentou.
Todos os casos estão sendo encaminhados para o Hospital Municipal de São Miguel. Lá, o paciente dá entrada e recebe todo o acompanhamento necessário, sendo encaminhado para outros centros médicos se necessário.
Fonte: DE FATO