PAU DOS FERROS - O taxista Francisco de Assis da Costa, 59 anos, com residência fixa na Rua Agrônomo Assis Reinaldo, nº.1453, bairro Liberdade I, em Mossoró, e que desde o dia 4 de outubro se encontra preso na Quarta Delegacia Regional de Policia Civil (4ª DRPC), com sede nesta cidade, conversou com a equipe de reportagem da GAZETA DO OESTE na tarde de quinta-feira, oportunidade em que reclamou da situação de abandono por ele vivenciado.
Tendo contratado os serviços de um advogado para defender seus interesses, o profissional do volante disse que uma importância em dinheiro que ele guardava em casa para fazer um serviço de manutenção do seu carro já gastou todinho e não tem esperança de poder deixar a cadeia. "Eu não devo nada à Justiça, entrei nesta enrascada porque fui ludibriado por uma pessoa e pelo que eu estou vendo eles vão conseguir sair e eu vou ficar", reclama.
A partir do dia em que foi preso, na noite do dia 4 de outubro, o taxista Francisco de Assis foi colocado em uma cela onde passou dez dias. "Graças a Deus, o delegado teve piedade da minha situação, pois uma pessoa da minha idade não precisa passar por uma situação dessa e me tirou da cela, me colocando neste apartamento", agradeceu.
Há cerca de três semanas, o taxista Francisco de Assis alugou os seus serviços de motorista para dirigir um veículo tipo Kadett para uma pessoa identificada como Alex Sueldo. Este declarou querer chegar até a cidade de Martins, mas o trajeto sofreu uma modificação e quando o piloto do carro despertou estava em meio a uma barreira policial e sendo preso acusado de fazer parte de uma quadrilha que tinha acabado de assaltar um depósito de refrigerantes Coca-Cola na cidade de Pau dos Ferros.
A ação foi protagonizada por três outras pessoas, que conseguiram levar cerca de R$ 49 mil em dinheiro e cheques. Ao ser abordado pelos policiais, Francisco de Assis conversou reservadamente com o delegado Inácio Rodrigues e contou a sua versão sobre o ocorrido. Ele disse que viajaram pela RN-117 e passaram do trevo de entrada para a cidade de Martins. Não sabia que tinha sido fretado para dirigir o carro para a pessoa que queria resgatar os homens envolvidos no assalto. Ao notar a polícia no meio da estrada, ele foi orientado ainda a mentir e dizer que estavam perdidos.
Pelo fato de ter sido encontrado em companhia do resto do bando, ele teve o mesmo destino que os demais. Foi autuado em flagrante e indiciado por formação de quadrilha. Agora, preso e longe de seus familiares, o taxista Francisco de Assis diz sofrer pelo fato de não saber quando é que ele vai poder voltar ao convívio com a família e voltar a trabalhar para garantir o sustento dela. "Sou uma pessoa honesta. Muita gente em Mossoró me conhece e sabe que não sou homem destas coisas. Agora estou vendo o advogado deles providenciando a saída de uns, a transferência de outros e o meu defensor não aparece. Estou precisando de ajuda e que a Justiça reconheça a minha situação, me dando uma oportunidade de voltar a trabalhar", pediu.