quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Bancos públicos do RN entram em greve por tempo indeterminado

Os funcionários dos bancos públicos do Rio Grande do Norte não seguiram a tendência do Comando Nacional dos bancários que recomendou aos 150 sindicatos que integram a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) acatar a oferta de reajuste salarial feita ontem pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e resolveram na noite desta terça, em assembléia, entrar em greve por tempo indetrminado a partir desta quinta-feira em Natal.

A proposta da Fenaban prevê um reajuste salarial de 6% (1,2% de ajuste real e 4,82% de inflação), estendido para as demais verbas salariais --como vale-refeição e cesta-alimentação. Também haverá a incorporação à CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) do pagamento da 13ª cesta-alimentação, a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) será de 80% do salário e mais um adicional à PLR de até R$ 1.800 --exceto HSBC e Nossa Caixa, que pagam dois salários mais R$ 878, por apresentar lucro menor.

Com a decisão, os potiguares não deverão contar com os serviços bancários do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Nordeste. Nacionalmente, o movimento está marcado para quarta, mas devido ao feriado no estado em homenagem aos mártires de Cunhaú e Uruaçu, no Rio Grande do Norte a greve somente começará na quinta.

O Comando Nacional dos Bancários sugeriu aos sindicatos locais que suspendessem o movimento e com isso, os bancos privados devem funcionar normalmente quinta. Já os servidores dos oficiais, irão fazer uma assembléia de avaliação às 8h desta quinta-feira.
Entre as reivindicações da categoria no estado estão a ampliação do horário de atendimento nas agências, que passaria a ser das 9h às 16h, o reajuste salarial de 29,27% para a rede privada e a recuperação de 80% a 100% para os bancários da rede pública, referente a perdas acumuladas desde a instituição do Plano Real. Eles também pedem isonomia entre novos e antigos funcionários e planos de cargos e salários, diz Liceu Carvalho.


Os bancários da Caixa Econômica Federal, que negociam separadamente, aprovaram a greve, já que os bancos não fizeram nova proposta de reajuste.
Entre os entraves para os 70 mil funcionários da Caixa está o valor da PLR. No ano passado, eles receberam 80% do salário mais R$ 3.168. Neste ano, a Caixa ofereceu adicional de R$ 878.
Os bancários também querem Plano de Cargos e Salário (PCS), isonomia entre os funcionários que ingressaram antes e depois de 1998 e contratação de 1.000 concursados por mês. Não há encontro marcado entre bancários e Caixa para renegociação