terça-feira, 25 de setembro de 2007

Líderes do Senado atropelam Renan

A crise no Senado afastou o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), de uma de suas atividades mais triviais: a organização da agenda de votações em plenário. Sem diálogo entre ele e os principais líderes da oposição, os governistas excluíram o peemedebista e convidaram os adversários para um entendimento sobre a pauta, travada por cinco medidas provisórias e paralisada desde que o plenário absolveu Renan, no primeiro processo de cassação, duas semanas atrás. A reunião desta terça-feira entre líderes de partidos aliados e da oposição foi articulada pelo líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR). A decisão foi tomada, porque o DEM e o PSDB não aceitam participar de nenhuma reunião de líderes com a presença de Renan.

Com a intenção de acelerar as votações e de olho na prorrogação da CPMF, o Palácio do Planalto criou uma força-tarefa, em busca de solução para o impasse. Jucá e a líder do PT, Ideli Salvatti (SC), querem convencer os senadores a encontrar uma maneira de acelerar as votações em plenário, antes que a CPMF chegue à Casa, provavelmente em meados de outubro. O governo está preocupado com o clima de tensão no Senado. E sabe que, diferentemente da Câmara, a maioria da qual dispõe é bem pequena. Jucá terá a missão de convencer os líderes partidários, principalmente da oposição, a agilizar os trabalhos em plenário.

No entanto, a palavra final sobre o funcionamento do plenário é do presidente. “A última palavra é dele. É ele quem elabora a pauta. Mas terá que se curvar aos líderes”, comenta o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). A oposição promete não dar trégua a Renan, para pressioná-lo a se afastar do cargo. Com 30 dos 81 senadores, a oposição, impôs a seguinte condição para retomar as votações: analisam-se as medidas provisórias que trancam a pauta, depois se vota o projeto que termina com as sessões secretas para o julgamento de processos de cassação e, na seqüência, o plenário retoma o exame das indicações do governo. “Nossa posição é conhecida. Primeiro se aprova o fim da sessão secreta, depois nós tratamos do resto”, disse o líder do DEM, senador José Agripino (RN).
Fonte: Diário de Natal